quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O ano termina e começa outra vez...





É o ano ir chegando ao final que eu sinto vontade de escrever tudo o que eu vivi/aprendi ao longo do tempo. Acho que isso é que é amadurecer, conseguir ir percebendo o que você errou, acertou aprendeu ou até mesmo ensinou e fazer um balanço de tudo para se preparar para o ano que vai chegar. 
Acho que uma das minhas maiores decisões de  2015 foi cuidar de mim! Parece estranho, mas acho que muita gente tem essa dificuldade de pensar em si próprio, ver como o seu maior tesouro. Pois é, nesse ano  resolvi me livrar dos excesso e um desses excesso foi o de peso. Eliminei mais de 22 kgs e isso me fez me sentir mais forte e com um poder sobre mim mesma. Não vou tornar isso um post fitnes, alias estou longe de ser "fitnes"- poxa acabei de sair da ceia de natal, e olha nem lembrei da dieta...- Enfim só que sabe o que ser obesa sabe a dificuldade que é tomar consciência do caminha que você está tomando. A pessoa não é preguiçosa, é doente. Eu via a comida como minha recompensa pelos vazios da minha vida e até que chegou num ponto onde eu comecei a me odiar e olha comer mais por isso. Nunca me senti bonita e esse é o grande mal da sociedade moderna nos dias de hoje, incrível que em pleno século 21 ainda estamos lutando contra a formula de boneca perfeitinha. Pegando emprestado a frase das feministas as mulheres tem que ser quem elas querem, seja magra, gorda, baixa ou alta, cabelo enrolado ou liso. Empoderamento é palavra e isso vale para qualquer coisa. Enfim quando decidi cuidar de mim e da minha saúde, logo também cuidei da minha aparência, é uma linha muito tênue a gente sair de uma obessão para outra, uma a da comida outra do corpo perfeito, mas aos poucos vamos nos adequando. É que pela primeira gosto do que vejo no meu espelho e isso não é feio ou pretensioso, deveria ser normal. 
Me ver de forma diferente foi o estopim e talvez o grande acontecimento do ano. Perder todo o excesso de peso foi muito mais que na estética, foi na alma. Decidi eliminar de vez todas as mágoas que engordavam meu coração, e enfim decidir que tudo o que aconteceu na minha aconteceu por uma razão, sem essa do "e se" vir me atormentar como uma velha disco riscado. Acho que tudo tem uma hora para acabar na nossa vida e as vezes elas já até acabaram e nós estamos aqui adiando o inevitável sofrendo uma dor que a muito já deveria acabar. Promessa para o próximo ano, sempre mas sempre deixar ir aquilo que não nos cabe mais. Isso vale para tudo, amizades, amores, roupas....
Eu criei novos sonhos e acho que o momento de vivemos está mais próximo, estivesse esse tempo todo amadurecendo para vivê-lo e a não vejo a hora de vivência-lo. 
No amor tudo continua igual, ainda sou estagiária nesse quesito. Continuo aprendendo com meus erros do passado e me despedindo dos meu apegos. Mas dessa vez eu me decidi o que quero e o que mereço e não vou aceitar menos do que isso, pretensiosa? Talvez. Mas eu não sou um quadro qualquer para ser leiloada ao primeiro que aparecer, ainda estou aprendendo a dosar minhas expectativas com o que realmente merece, mas um dia chego lá, as coisas não são perfeitas, mas acredito que um dia acontece. 
Pela primeira vez me despeço do ano que se passa com leveza no coração, algo que talvez eu nunca tenha sentido de fato. Acho que todas as minhas experiência serviram para que eu seja uma pessoa melhor. Ou talvez esse só seja um pouco de otimismo de começo de ano, mas as vezes a gente só precisa de um pouco de otimismo e boas vibrações para que as coisas boas aconteçam. As tempestades sempre irão vir, mas cabe a nós estarmos preparados com nossos guardas chuvas ou simplesmente deixe a chuva te lavar... 


terça-feira, 18 de agosto de 2015

O encontro.


O grande dia finalmente havia chegado! Sua mão tremeu um pouco quando lembrou que a cada badalada do relógio, os minutos diminuíam para estar perto dele... Sorriu pro espelho e voltou a se concentrar na maquiagem firmando bem a mão para passar o delineador. Queria estar linda e essa Cinderela não dependia de fada madrinha disponível no momento para fazer esse grande feito. Como toque final escolheu o batom vermelho que tinha comprado naquela semana, ela gostava de ousar de se mostrar mais quando ia ao encontro dele. Sei lá no meio daquela multidão ela se sentia corajosa. Olhou-se no grande espelho do quarto e se sentiu a garota mais linda do mundo, mas não era porque sua roupa estava bonita e a maquiagem incrível e sim pelo brilho que havia em seus olhos e o grande sorriso de batom vermelho que estampava no rosto. De nada valia uma grande produção se não se sentisse realmente bela por dentro, e naquele dia ela estava se sentindo e mais do isso estava feliz por ir ao encontro de seu príncipe. 
O celular apitou avisando que seu táxi havia chegado, pegou sua jaqueta e a bolsa e a passos largos saiu de casa rumo ao seu destino. No elevador uma selfie - clichê- mas inevitável para passar o tempo e registrar aquele momento. Não postou nas redes sociais resolveu guardar aquele momento para mais tarde, ela nunca foi muito de ser supersticiosa, mas não queria que nada atrapalhasse aquela noite. E isso não tinha nada a ver com madrasta ou meias irmãs malvadas, o que mais preocupava essa Cinderela era mesmo a inveja alheia, e como dizem por aí, essa tem sono leve. O caminho foi tranquilo, São Paulo a noite era realmente linda, sem todo o trânsito do dia a dia, sem as pessoas apressadas correndo para seus compromissos. A noite caia e calmaria também vinha junto com ela, as pessoas nas ruas só iam pro seu destino seja lá um cinema ou barzinho com uns amigos e ela ia ao encontro da pessoa que lhe roubava os melhores sorrisos. 
O mundo parecia que entendia que em algumas horas algo importante iria acontecer com aquela garota, pois o taxista foi quieto o caminho inteiro até o destino, ambos absortos em mundos distantes onde o motorista cantarolava baixinho uma música antiga no rádio, e ela sozinha no banco de trás olhando para janela e para a chuva que caia fininha pelo vidro, sonhando acordada e pensando "o que ele está fazendo agora?" Será que estaria tão nervoso quanto ela? Talvez. 
Ela não sabia se ria ou chorava, mas aquela parecia ser a noite mais fria do mês de julho. Faziam 12º graus em São Paulo e a garoa fina não parava de cair. Que bom que quando o táxi parou os portões do local tinham acabado de se abrir e não precisava ficar esperando na chuva.  Mesmo assim a pele de Cinderela arrepiou-se quando ela saiu do conforto do veículo. O local estava apinhado de gente, ambas animadas, falantes e risonhas, era uma magia contagiante saber que todos ali compartilhavam da mesma felicidade, mas no fundo Cinderela ainda sentia que carregava um quê a mais dentro de si, como se guardasse um segredo de que para ela, aquela era mais que uma noite qualquer, era realmente uma realização de um sonho.  A hostes do local a levou até a sua mesa - primeira fila - estava bem na frente para ver o seu príncipe. Para ela, ele estava mais pra anjo, que com sua voz tocava o coração dela, mas tudo bem chamá-lo de príncipe. 
- Agora só faltam uma hora e meia para vê-lo. - sussurrou para si mesma enquanto conferia a hora no relógio. Resolveu pedir alguma coisa para o garçom, enquanto aguardava e socializava com as pessoas ao seu redor. Pediu um chocolate quente, apesar de ver que todas as mesas continham alguma bebida alcoólica, mas ela não se importou. Ainda estava com frio apesar da casa de espetáculo estar aquecida, e ainda mais ela não precisava ficar entorpecida com alguma bebida, o efeito que aquele que ela aguardava causava em seu coração, já a deixava como estivesse sobe efeito de alguma droga ilícita. 
Cinco minutos depois da hora que estava marcada em seu ingresso, as luzes se apagaram e ela soube que finalmente ele iria aparecer. Uma luz no centro do palco se acendeu e um piano começou a ressoar, introduzindo o espetáculo. O coração dela parecia que sabia que a poucos minutos o encontro iria acontecer, pois começou a bater forte a cada som que aquele piano tocava. O som se encheu num crescente e logo lá estava ele surgindo para a multidão que o aguardava a sei lá horas, dias, meses e até mesmo anos como era com aquela Cinderela. Quando o olhar dela cruzou com o dele sorrindo cantando sua música preferida, foi impossível algumas lágrimas não caírem.  E de alguma forma ele lá de cima de seu pedestal, vulgo palco,  soube que ali havia um coração que a muito esperava por esse momento, pois beijou a ponta dos dedos e soprou para aquela doce menina que ali na primeira fila sorria e chorava ao mesmo tempo. 
As pessoas tem uma mania errada de considerar o para sempre, ele não precisa durar realmente para sempre para se tornar inesquecível, as vezes algumas poucas horas tornam os momentos inesquecíveis. E no final dessa história, não importa que o relógio bata doze vezes marcando que é meia noite. No final ninguém vira abóbora e o sapatinho de cristal é só uma metáfora. Pois o encaixe perfeito dessa história é a voz daquele príncipe que preenche o coração daquela garota. No fim as luzes voltam a se acender e tudo vira real, ele se reverencia para o seu público, agradecendo o momento e discretamente sorri olhando para aquela menina que desde que ele subiu ao palco não tirou os olhos dele. Ele sai e ela volta para casa, olhando pelo mesmo vidro molhado de chuva que não importa que ele não esteja ali naquele momento com ela, pois em seu intimo Cinderela acredita que ele sabe que algum lugar há alguém com um coração que só é completo quando ouve a voz dele. E um dia eles vão se encontrar novamente. 
"Que eu volto é só você sorrir... que eu volto é só fazer assim... que eu volto!"

domingo, 16 de agosto de 2015

(Não) É tarde demais....

" E mesmo sem querer eu te deixo partir para que possa tentar ser feliz [...]"

Tarde demais. Tarde demais para se arrepender pelo o que não disse e principalmente pelo que não fez. Você está feliz é visível e eu me contento em ver você feliz, mesmo que eu não seja a pessoa que está fazendo isso com você. Eu? Eu estou aqui correndo atrás dos meus sonhos, tentando também ser feliz. Percebi e agora entendi que as coisas só dependem de mim para acontecer e nelas que vou me focar. Correr atrás do que está ao meu alcance, aquilo que somente eu posso fazer por mim. O resto eu vou deixar com a vida, ela sabe o que faz, cansei de gritar e dar murros e mais murros em ponta de faca querendo aquilo que não depende só de mim para acontecer. Como dizem o amor só existe quando é correspondido. Se não é, é só insistência mesmo.
Tudo bem eu menti! Eu não tenho como ficar feliz estando longe de você.  Eu queria muito que a vida fosse como nos filmes, onde sempre há uma segunda chance. Pois bem meu amigo deixa eu te falar, segundas chances, não existem! Se você não aproveitou tudo o que tinha para aproveitar, não agarrou as chances quando elas estavam na sua mão, você simplesmente perde. A vida não volta a atrás lhe trazendo em papel embrulhado aquela chance que você desperdiçou . Não perca as oportunidade que a vida coloca na sua mão....
365 dias depois
Pensando melhor a vida sim ela te dá segundas chances, mas não com aquela pessoa que você achou que iria ter. Olha hoje o munda já rodou 365 vezes desde que esse texto foi escrito pela primeira vez, as vezes a gente precisa digerir certas coisas para poder encará-las novamente. E eu posso dizer que 365 voltas não são poucas, muita coisa muda, muita coisa volta ao seu lugar e muita coisa sai também do lugar é a vida. E são nessas voltas que a gente respira, tira a poeira que ficou na roupa muda o penteado, de maquiagem e de personalidade (talvez) e sente que a vida está recomeçando novamente. Você perdeu uma oportunidade, mas quem ganha sempre? Não há como definir o futuro e saber se aquela jogada irá dar em alguma coisa. As vezes a gente não estava tão pronta assim para encarar aquele momento, e poxa dói muito perder alguma coisa por medo, mas a vida sabe o que faz ela deixou o tempo passar para você ajeitar e perceber que sim você deixou alguém para trás, e ela não irá voltar para sua vida de novo, infezlismente ela partiu o mundo girou 365 vezes para ele também e hoje vai saber se ele ainda é o mesmo sorriso fácil de um tempo atrás? Mas olha ai a vida te surpreendendo de novo, olha para sua frente agora e perceba que você não precisa ter medo se joga de novo em uma nova armadilha e se você cair... você sabe para onde correr. E não se esqueça que o mundo sempre vai estar girando e nem sempre é preciso esperar por sua 365 ou até 366 vezes... ás vezes 24 horas podem mudar tudo. 

domingo, 24 de maio de 2015

Ame-se!



Hoje resolvi abri um pouco as páginas da minha vida e revelar algo que ultimamente ando me cutucando, a auto estima. Palavrinha danada que em muitas mulheres toca na ferida. Eu tinha essa ferida aberta, por muito tempo - posso dizer anos - achava que tinha a tal da auto estima, mas era só entrar em um banheiro público para fugir do espelho que me encarava. Dentro do meu banheiro eu podia ser a maravilhosa, mas nos outros tinha medo de olhar, tinha medo, raiva e desgosto da imagem refletida. 
Desde a infância sofri com problemas de peso. Sempre me ia ao médico para tratar desse meu "problema". Ouvi praticamente todos os apelidos possíveis por ser gorda, mas naquela época o bullying ainda era só uma palavra estrangeira. Sofria calada e me escondia no refúgio que era a comida. Cresci ouvindo que nunca iria namorar, ter um emprego descente ou até mesmo um diploma por estar acima do peso. Isso só me feriu ainda mais, e me fez querer de todo modo mostrar que todos estavam errados, mas eu fui pro lado errado da força e só me envolvi em relacionamentos mais nocivos ainda tentando provar que eu podia sim ser alguma coisa. Agora me pergunto, porque eu tinha que provar alguma coisa pra pessoas? O que eu devia a elas? 
Aos poucos fui procurando blogs que incentivam a mulher se aceitar como é. Foi difícil entender o que elas queriam dizer com se aceitar. Quando via que uma delas estava de dieta, ou praticando excercícios já sentia que elas estavam traindo o movimento, como assim não era se aceitar como é e vocês ai malhando? Hoje aos 20 anos, vejo que esse se aceitar é muito mais complexo do que se parece. Esse se aceitar é se cuidar sim, mas não para mostrar para sua tia chata que você emagreceu, ou para mostrar para aquele carinha que te esnobou que você esta uma gata. As vezes dá essa vontade mesmo de mostrar pro mundo o que perdeu, mas sabe não vale a pena, tem tanta gente aí que já te aceitava você sendo você mesma. Então a real do se aceitar é se cuidar e ser saudável. Não buscar atingir o padrão, porque não existe padrão existem pessoas que possuem metabolismos diferentes, alturas, estrutura, e enfim existem pessoas diferentes. Não fomos fabricadas para ser barbies por que a "fôrma" que nos criou tem outros moldes, os moldes reais de um ser humano. 
Foi aprendendo isso que aos poucos  passei a me cuidar. Pela primeira vez consegui seguir a risca a reeducação alimentar que a nutricionista passou, pois simplesmente estava fazendo aquilo para mim. Estou pesando hoje o que nunca imaginei pesar, antes o que era um sonho. Mas sei das minhas limitações. Não estou tentando atingir um manequim, só uma melhor qualidade de vida, onde eu consiga sim comer um belo de um hambúguer sem me preocupar com um possível infarto, ou problema de pressão.  E posso dizer, estou me achando a maior gata! Arrisquei usar o batom vermelho que sempre quis e dessa vez eu me achei digna. Não por estar mais magra, mas por me amar um pouco mais que antes. 
A luta pela construção da auto estima é longa. Não é um pá acordei bela e me amarei para sempre, ela deve ser alimentada e trabalhada nunca esquecida. Faça por você, viva por você, ame-se e não importa o que digam. Você é bonita sim!