Hoje resolvi abri um pouco as páginas da minha vida e revelar algo que ultimamente ando me cutucando, a auto estima. Palavrinha danada que em muitas mulheres toca na ferida. Eu tinha essa ferida aberta, por muito tempo - posso dizer anos - achava que tinha a tal da auto estima, mas era só entrar em um banheiro público para fugir do espelho que me encarava. Dentro do meu banheiro eu podia ser a maravilhosa, mas nos outros tinha medo de olhar, tinha medo, raiva e desgosto da imagem refletida.
Desde a infância sofri com problemas de peso. Sempre me ia ao médico para tratar desse meu "problema". Ouvi praticamente todos os apelidos possíveis por ser gorda, mas naquela época o bullying ainda era só uma palavra estrangeira. Sofria calada e me escondia no refúgio que era a comida. Cresci ouvindo que nunca iria namorar, ter um emprego descente ou até mesmo um diploma por estar acima do peso. Isso só me feriu ainda mais, e me fez querer de todo modo mostrar que todos estavam errados, mas eu fui pro lado errado da força e só me envolvi em relacionamentos mais nocivos ainda tentando provar que eu podia sim ser alguma coisa. Agora me pergunto, porque eu tinha que provar alguma coisa pra pessoas? O que eu devia a elas?
Aos poucos fui procurando blogs que incentivam a mulher se aceitar como é. Foi difícil entender o que elas queriam dizer com se aceitar. Quando via que uma delas estava de dieta, ou praticando excercícios já sentia que elas estavam traindo o movimento, como assim não era se aceitar como é e vocês ai malhando? Hoje aos 20 anos, vejo que esse se aceitar é muito mais complexo do que se parece. Esse se aceitar é se cuidar sim, mas não para mostrar para sua tia chata que você emagreceu, ou para mostrar para aquele carinha que te esnobou que você esta uma gata. As vezes dá essa vontade mesmo de mostrar pro mundo o que perdeu, mas sabe não vale a pena, tem tanta gente aí que já te aceitava você sendo você mesma. Então a real do se aceitar é se cuidar e ser saudável. Não buscar atingir o padrão, porque não existe padrão existem pessoas que possuem metabolismos diferentes, alturas, estrutura, e enfim existem pessoas diferentes. Não fomos fabricadas para ser barbies por que a "fôrma" que nos criou tem outros moldes, os moldes reais de um ser humano.
Foi aprendendo isso que aos poucos passei a me cuidar. Pela primeira vez consegui seguir a risca a reeducação alimentar que a nutricionista passou, pois simplesmente estava fazendo aquilo para mim. Estou pesando hoje o que nunca imaginei pesar, antes o que era um sonho. Mas sei das minhas limitações. Não estou tentando atingir um manequim, só uma melhor qualidade de vida, onde eu consiga sim comer um belo de um hambúguer sem me preocupar com um possível infarto, ou problema de pressão. E posso dizer, estou me achando a maior gata! Arrisquei usar o batom vermelho que sempre quis e dessa vez eu me achei digna. Não por estar mais magra, mas por me amar um pouco mais que antes.
A luta pela construção da auto estima é longa. Não é um pá acordei bela e me amarei para sempre, ela deve ser alimentada e trabalhada nunca esquecida. Faça por você, viva por você, ame-se e não importa o que digam. Você é bonita sim!
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