Ela só queria ser amada! Tudo o que ela sempre sonhou foi ter um amor, dar e receber esse sentimento que todos dizem e jogam aos quatro ventos por aí. No fundo o que ela sempre precisou era amar a si mesma, mas nunca foi capaz, sempre caía e acaba aceitando o amor de alguém que não valia a pena. Aceitava as migalhas de alguém que só queria lhe usar para favores que lhe convinham. Aceitava ser somente a amiga que iria ouvir e dar conselhos sobre o amor para aquele que ela jurava amar. Aceitou só ficar de longe, só olhar e se sentir feliz por ele, aceitou ouvir as músicas deles para no outro poder comentar, aceitou um abraço quando queria um beijo. No fundo ela sempre soube isso nunca foi amor, isso era pena, era desespero era vontade de provar ao mundo que ela sim podia viver um amor como todo mundo. Mas ela errou ao desejar provar as coisas ao outros, quando ela tinha que se autoafirmar. Um dominó se formou e todas as peças foram caindo, uma a uma. A rejeição não só dos outros mas dela mesma a matou, por dias a dor era seu único sentimento e chegou até cogitar que nunca iria se sentir viva novamente... até ela te conhecer.
Muitas páginas foram viradas, muitas lágrimas e lembranças foram jogadas ao vento e esquecidas e ela se habituou a você. Ficou perto quando não tinha nenhuma segunda intenção, olhou por muitas vezes dentro dos teus olhos, sem nem ao menos se certificar de qual cor era, aliás ela nem fazia questão, lembrar dos teus olhos, lembraria do passado. Mas ao poucos ela só queria ficar do teu lado, rindo jogando conversa fora, desarmada de tentar ser a pessoa perfeita. Ela se mostrou de forma inteira, mostrando que tem dias que acorda bem e outros nem tanto. Ela mostrou o quanto não tem medo de fazer piadas sem graças na sua frente, e nem tem vergonha de rir do seu jeito estranho. Ela se mostrou inteiramente humana perto de você e disse o que pensava mesmo que isso as vezes possa ter criado alguma situação estranha. Mas vocês são amigos sem entendem num piscar de olhos e tudo bem.
Aos pouco tua presença foi preenchendo o espaço vazio que havia ficado, olhar para você de canto de olho enquanto estava a pouco centímetros, começou a ficar comum. Tão perto e ao mesmo tempo tão longe, ela passou a imaginar pegar nas tuas mãos, ela passou a imaginar como seria encostar a cabeça no teu peito e relaxar. Bobagem! Logo isso passa, é carência. Era o que ela pensava toda vez que de longe ela sentia o teu perfume. Mas aos poucos era sua presença que ela sentia falta, quando ia sozinha para casa. Ela podia ir mais longe e eu não me importaria... Até que como se fosse um teste ele disse que iria se afastar, e doeu. Como assim iria se afastar? Com quem ela iria rir? Com quem ela iria poder ser ela mesma sem julgamentos?
Ele não se afastou, mas a vontade de ficar perto aumentou, ficar do lado dele durante alguns minutos é prova de resistência. É uma prova não ficar imaginando como aqueles lábios ficaram nos seus. É uma prova não ter aquele perfume permeado por toda sua roupa depois de horas de abraço. Mas há um porém, ela não vai se arriscar. Não mais. Ela ainda é aquela garota do primeiro parágrafo que só quer um amor, mas ao mesmo tempo não se ama tanto assim e tem medo de perder as migalhas que recebe. Ela escreve esse texto como forma de se esvaziar, porque ela não irá colocar a prova a amizade que a mantém tão perto do seu alvo de desejo. Ela promete - mesmo sabendo que promessas são feitas para serem quebradas - que irá se controlar toda vez que o ver chegando e sentir vontade de beijar aqueles lábios. Este é mais um registro de desistência, antes que veja que está entregue demais. Os lábios, os olhos o cheiro, ela pretende manter-se longe dessas tentações, porque no fundo ela já sabe bem o final dessa história e não é com um final feliz.
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